quarta-feira, 4 de novembro de 2009

DADOS SOBRE O ASSUNTO

A concentração da população em grandes centros urbanos tem agravado a contaminação acústica, exigindo soluções que controlem seus efeitos na qualidade de vida dos cidadãos. A Organização Mundial da Saúde considera 55 dB como o início do estresse auditivo. Para níveis acima de 65 dB, começa o estresse gradativo, causando fadiga, irritabilidade, alergias, perturbação do sono, perdas auditivas, problemas cardiovasculares, falta de concentração, dentre outros, o que prejudica a saúde e o bom desempenho das atividades diárias. Em escolas muito ?barulhentas?, é comum a existência de alunos mais dispersos ou agitados. Nível de ruído elevado, combinado com tempo de reverberação inadequado para uma sala de aula, interferem na inteligibilidade da fala, resultando na redução do entendimento e, portanto, numa maior dificuldade de aprendizado. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi investigar as condições acústicas em salas de aula de escolas da rede pública e privada do Distrito Federal e a percepção de alunos e professores acerca do problema da poluição sonora no ambiente escolar. Para tanto, foram escolhidas dez escolas, privadas e públicas, onde foram analisados os níveis de pressão sonora (NPS) em sala, além do tempo de reverberação (TR). Os NPS foram medidos durante o período das aulas e, ainda, durante o recesso escolar, medida que caracterizou o ruído de fundo. Para complementar o estudo, aplicou-se um questionário junto a professores e alunos, a fim de conhecer sua percepção acerca das condições de trabalho e saúde. Constatou-se que professores e alunos estão convivendo diariamente com os ruídos advindos do tráfego de aviões, caminhões, ônibus, motocicletas, carros de propaganda etc. Durante o período das aulas, os NPS variaram de 42,3 a 118,0 dB (A). No recesso escolar, metade das escolas apresentou níveis de ruído acima daqueles recomendados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Quanto ao tempo de reverberação, apenas uma escola estava de acordo com a legislação vigente. No Distrito Federal, os ambientes escolares mais fortemente afetados pela poluição sonora são aqueles que se encontram localizados em regiões desprovidas do mesmo padrão de planejamento destinado à cidade de Brasília. São edificações mal localizadas dentro da malha urbana e sem qualquer tipo de tratamento acústico. Os resultados encontrados revelam uma situação crítica, indicando que as condições observadas não estão adequadas à finalidade a que se destinam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário